3.11.18
ATENÇÃO
4.5.18
Psicologia, Comunicação e Pós-Verdade?
Pedrinho Guareschi*
7 de maio, 18h-21h, na Câmara Municipal de Caxias do Sul
A Conferência será realizada às 19h no Plenário da Casa, com entrada franca.
Para quem quiser chegar às 18h, ele estará na Casa de Leitura para um bate-papo muito especial.
11.4.18
Debate realizado dia 10/04/2018.
Convidados:
Helena Martins - AMOB Centro
João Carlos Passos - AMOB Petrópolis
Osvaldino da Silva - AMOB Panazzolo
https://www.facebook.com/redetuaradio/photos/a.619318218109104.1073741849.478420008865593/2049627908411454/?type=3&theater
28.3.18
Um novo olhar sobre o Brasil
Jessé Souza é doutor em sociologia pela Universidade de Heidelberg (Alemanha), professor de sociologia da UFABC e escritor. Já organizou e escreveu dezenas de livros, entre ele estão é autor de "A Tolice da Inteligência Brasileira" e "A Radiografia do Golpe". A última obra é A Elite do atraso, da escravidão à Lava Jato.
Vídeo no youtube:
https://www.youtube.com/watch?
15.3.18
Vereadora do PSOL Marielle Franco é morta a tiros no Rio | #MariellePresente #TodosPorMarielle
https://www.brasil247.com/pt/
MINUTO A MINUTO | ACOMPANHE AS REPERCUSSÕES DO ASSASSINATO DE MARIELLE FRANCO
Marielle e o motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros na noite desta quarta-feira (14) no centro do Rio de Janeiro
https://www.brasildefato.com.
Hoje ela foi assassinada em pleno centro da cidade do Rio de Janeiro.
Para a vereadora, as mulheres precisam lembrar a todo tempo que estão em condição subalternizada, não só simbolicamente
Mídia Ninja
Mídia Ninja
15/03/2018https://www.buzzfeed.com/
Vereadora do PSOL Marielle Franco é morta a tiros no Rio
por Redação — publicado 14/03/2018 23h43, última modificação 15/03/2018 00h23
Marielle recebeu mais de 46 mil votos nas eleições de 2016. Na Câmara dos Vereadores, presidia a Comissão da Mulher. Ela também assessorou o deputado Marcelo Freixo na coordenação da Comissão de Direitos Humanos da Alerj.
A vereadora era crítica à intervenção federal no Rio de Janeiro. Na terça-feira 13, ela denunciou um caso de homicídio. "Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", escreveu em seu Twitter.
Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?
"Além disso, as características do crime com um carro emparelhando com o veículo onde estava a vereadora, efetuando muitos disparos e fugindo em seguida reforçam essa possibilidade", afirma a nota. O partido exige ainda "apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo."
Amanhã, às 11h, na Câmara dos Deputados, o partido realizará um ato em memória e solidariedade ao a Anderson Pedro Gomes e à vereadora.
Marielle foi entrevistada por CartaCapital após ser eleita. Criada e moradora do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, ela defendeu uma revolução "feminista, classista e com o debate da negritude". Ela era uma apaixonada defensora da representatividade das mulheres nos espaços de decisão, "Não pode ter só homens brancos ricos, que nunca tiveram medo de saltar num ponto de ônibus escuro ou que nunca tenham sido assediados".
Entre suas prioridades como parlamentar, Franco destacou o combate ao déficit de creches na cidade. "É uma pauta que atinge mulheres negras e da favela". Mãe aos 17 anos, só conseguiu trabalhar e concluir os estudos porque conseguiu inscrever a filha em uma creche com ensino integral, mantida pela prefeitura à época.
Franco também defendia um olhar de gênero na questão do transporte público. "Esse é o local em que as mulheres são mais assediadas". Ela propunha que, na madrugada, seja possível descer fora dos pontos de ônibus, a fim de encurtar o trajeto feito nas ruas nestes horários. "Espero que todas as mulheres da Câmara, não só as feministas ou do campo progressista, venham garantir essa proposta concreta".
https://www.cartacapital.com.
CM8 Internacional - 15/03/2018
O assassinato de Mareille Franco, militante e vereadora do PSOL no Rio de Janeiro, provocou grande emoção no Brasil e a convocação de protestos em todo o país. Ela foi emboscada quando seguia de carro pelo centro do Rio. Seu motorista também foi morto na ação criminosa. Ela se opunha à decisão de Temer de colocar as forças armadas para a segurança do Rio e denunciava o crescimento da violência policial nas favelas. (Le Figaro, França)
Especial: O ASSASSINATO DE MARIELLE FRANCO NO RIO
LE FIGARO, FRANÇA
O assassinato de Mareille Franco, militante e vereadora do PSOL no Rio de Janeiro, provocou grande emoção no Brasil e a convocação de protestos em todo o país. Ela foi emboscada quando seguia de carro pelo centro do Rio. Seu motorista também foi morto na ação criminosa. Ela se opunha à decisão de Temer de colocar as forças armadas para a segurança do Rio e denunciava o crescimento da violência policial nas favelas.
http://www.lefigaro.fr/flash-
THE GUARDIAN, INGLATERRA
Marielle Franco, vereadora e uma crítica da polícia no Rio de Janeiro, foi morta a tiros em uma emboscada nas ruas da cidade. Franco era uma mulher negra que desafiou as expectativas da política da cidade e teve a quinta maior votação na Câmara dos Vereadores quando foi eleita em 2016. Ela era especialista em violência policial e no sábado acusou oficiais de serem excessivamente agressivos na busca de moradores das favelas controladas por traficantes
https://www.theguardian.com/
THE WASHINGTON POST, EUA
Vereadora do Rio de Janeiro e seu motorista foram assassinados no centro da cidade. Dois assassinos não identificados a emboscaram em uma rua no centro da quarta-feira, no Rio de Janeiro, a segunda maior cidade do Brasil, onde os militares foram encarregados da polícia há um mês após uma onda de violência. Franco era um especialista em violência policial e no sábado acusou os oficiais de serem excessivamente agressivos com os moradores de favelas controladas por traficantes.
https://www.washingtonpost.
ESQUERDA.NET, PORTUGAL
Marielle Franco, vereadora no Rio de Janeiro pelo PSOL, foi assassinada na passada noite enquanto seguia em um automóvel. A vereadora tinha denunciado poucos dias antes a violência policial no estado carioca. Viajavam com ela, Anderson Pedro Gomes, motorista do veículo, e uma assessora da vereadora. Anderson encontrava-se na linha dos disparos, também foi baleado e acabou por falecer. O deputado estadual do PSOL Marcelo Freixo disse que o crime é "inadmissível". "A gente vai cobrar com rigor, todas as características são de execução.
https://www.esquerda.net/
LA VANGUARDIA, ESPANHA
A vereadora do Partido Socialista e Liberdade (PSOL, oposição) Marielle Franco, crítica severa da intervenção do Exército na segurança do Rio de Janeiro, foi morta a tiros hoje no centro do Rio de Janeiro. Ela era conhecida ativista de direitos humanos e foi a quinta mais votada nas eleições de 2016 para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O ataque ocorreu um dia depois que o conselheiro criticou novamente a intervenção na segurança do Rio de Janeiro em uma mensagem nas redes sociais
http://www.lavanguardia.com/
EL MERCÚRIO, CHILE
Assassinaram uma vereadora brasileira que se opôs à intervenção do Exército em Río. Marielle Franco, uma conhecida ativista de direitos humanos, foi baleada enquanto viaja em seu veículo depois de ter participado de um ato político.
http://www.emol.com/noticias/
EL CLARÍN, ARGENTINA
Assassinato de vereadora de esquerda no Rio de Janeiro comove o Brasil. Marielle Franco foi assassinada a tiros quando regressava de um ato pelo empoderamento das mulheres negras.
https://www.clarin.com/mundo/
LA NACIÓN, ARGENTINA
Assassinaram com cinco balas a vereadora Mireille Franco do partido de esquerda PSOL no Rio de Janeiro. Muito ativa na luta pelos direitos humanos, Franco voltava para sua casa quando um carro se aproximou dela e atirou. Há duas semanas, havia assumido o papel de relatora da Comissão da Câmara dos Conselheiros do Rio criada para monitorar o desempenho dos topas encarregados da intervenção militar da área de segurança de Rio, decretada pelo presidente Michel Temer.
http://www.lanacion.com.ar/
BBC BRASIL, INGLATERRA
'É chocante', diz diretor da ONU sobre morte de vereadora no Rio. A morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL-RJ), alvejada na noite desta quarta-feira após sair de um debate com mulheres negras no centro do Rio de Janeiro, é "definitivamente chocante", mas infelizmente não chega a surpreender quem acompanha as estatísticas de violência do Estado. Quem afirma é o italiano Maurizio Giuliano, diretor do Centro de Informações da Organização das Nações Unidas para o Brasil, com sede no Rio de Janeiro.
http://www.bbc.com/portuguese/
EL PAÍS BRASIL, ESPANHA
Marielle Franco, vereadora do PSOL, é assassinada no centro do Rio na saída de evento que reunia ativistas negras. Política e seu motorista foram mortos no Estácio, na região central do capital. Contrária à intervenção federal, a política havia criticado dias antes ação da PM em Acari
https://brasil.elpais.com/
https://www.cartamaior.com.br/
5.3.18
Dia Internacional da Mulher
A invisibilização da mulher na história // Maria Lygia Quartim de Moraes
As origens comunistas do 8 de março // Maria Lygia Quartim de Moraes
A revolução das mulheres: antologia de feministas soviéticas // Maria Lygia Quartim
TV Boitempo
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17.2.18
Carnaval
16.2.18
A Justiça e o Cativeiro Social
A Justiça e o Cativeiro Social
Foto: Reprodução
Meu Deus! Meu Deus!
Se eu chorar não leve a mal
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social – refrão do samba vice-campeão do Carnaval Carioca
Como explicar a situação de Jéssica Monteiro, de 24 anos, detida no último dia nove, com 90 gramas de maconha, e de seu bebê recém-nascido, ambos presos numa pequena cela do 8º Distrito Policial, SP, senão pelo viés do racismo?
Em plena madrugada de segunda de carnaval, enquanto o Brasil e o mundo assistiam, impactados ou coléricos, à passagem da Paraíso do Tuiuti pela Marquês de Sapucaí, com o enredo "meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?", chegava ao mundo Henrico.
Henrico – que nasceu "cativo" sem haver lei ou ordem para isso – aguardou com sua mãe enquanto seus destinos eram definidos numa "audiência" de custódia. Audiência essa que – por princípio e lógica – deveria contar com a presença física da custodiada (e, diga-se, o fato de Jéssica ser puérpera deveria ter levado o juiz até ela, mas isso parece inimaginável em nosso sistema)… mas na qual só estavam presentes seu advogado, o juiz e a promotora, grávida.
Ninguém foi empático com Jéssica. E nem é isso que se exige. A promotora, gestante, integra uma classe em que – à imagem e semelhança da magistratura – é esmagadoramente branca[1]. Não acredito que engrosse o coro da turba[2] que andou comentando recente postagem da página do Facebook "Efeitos da Prisonização: a Ineficácia da Prisão como Sanção Penal, que trouxe matéria do CNJ sobre a Projeto de Revisão da Lei de Execuções Penais. Mas talvez pense como uma promotora de justiça do RJ de quem ouvi, certa feita, que jamais seria vista sentada no banco dos réus: lugar reservado para "outra classe de pessoas" (acho que ela quis dizer: "bandidos").
Qual será o destino de Jéssica? Difícil prever. Ela engrossa as estatísticas do perfil da mulher presa no Brasil: em sua maioria, por envolvimento com o tráfico e, além disso, por conta das atividades de seus companheiros.
Mas o de Henrico, bem, sobre meninos negros temos dados mais concretos: são vítimas de um genocídio sobre o qual muita gente se cala.
"O Atlas da Violência 2017, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta segunda-feira 5, revela que homens, jovens, negros e de baixa escolaridade são as principais vítimas de mortes violentas no País. A população negra corresponde a maioria (78,9%) dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios.
Atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. De acordo com informações do Atlas, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação a brasileiros de outras raças, já descontado o efeito da idade, escolaridade, do sexo, estado civil e bairro de residência."[4]
A lei que estabeleceu o chamado Marco da Primeira Infância (Lei 13.257, de 08/03/2016), dentre outras medidas, alterou o Código de Processo Penal, possibilitando ao juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar, nos casos de gestantes e mulheres ou homens[5] que sejam responsáveis pelos cuidados com filho até 12 anos, em atenção à "especificidade e à relevância dos primeiros anos de vida no desenvolvimento infantil e no desenvolvimento do ser humano".
A audiência de custódia, seria, assim, a oportunidade de ouro para liberar Jéssica (e seu bebê). E ela e Henrico passariam esse período ímpar no lar, eis que prisão não é local adequado para se manter crianças e só se tolera que as frequentem excepcionalmente, e mesmo assim em nome da manutenção dos vínculos com pai ou mãe presos em cumprimento de pena.
Leia também:
Estudo revela o drama das presas grávidas no Brasil: "depois do parto, eles me algemaram"
Há mães proibidas de serem mães?
Parece, em verdade, que o sistema de Justiça não enxergou com bons olhos uma mulher negra presa com 90 gramas de maconha. Gestante, ainda por cima. E talvez por considerá-la um grande perigo à sociedade (desconheço os fundamentos da decisão que negou a liberdade ou a substituição por prisão domiciliar), decidiu mantê-la presa mesmo com as possibilidades de, ao fim do processo, ser inocentada ou, na hipótese de condenação, receber benefício por não ser "traficante habitual", tendo a pena reduzida para menos de 02 anos, substituída por penas alternativas.
É isso: assenhorando-se de seu destino e do de seu rebento, decretou a Justiça que Jéssica e Henrico permanecessem atrás das grades.
Durante 5 anos, de 2007 a 2012, fui responsável, como juíza, pela Unidade Materno-Infantil Madre Teresa de Calcutá, no Complexo Prisional de Gericinó, no Rio de Janeiro. Comparecia mensalmente ali, para audiências em que era definida a guarda dos bebês, que ficavam em alojamento conjunto com as mães, presas, até completarem, no mínimo, 6 (seis) meses de vida.
Passei a flexibilizar (prorrogar) os tais seis meses, que, no início, segundo regras anteriormente estabelecidas, era rígido. E, a certo tempo, propus à equipe que o desligamento dos bebês fosse gradual, para que tivessem a chance de se adaptar à família extensa (normalmente, era quem os recebia).
Conto tudo isso para transmitir o relato da equipe: os bebês, após passarem, por exemplo, um final de semana fora, choravam muito ao retornar para o presídio. E era um presídio com instalações diferenciadas, que pouco lembravam as celas comuns. Mas ainda assim há uma "rotina" no local, que o distingue de uma creche ou enfermaria: guardas armados, revista na porta, algemas para condução das mães para as audiências…
Na época, eu não era a juíza responsável pelos processos das presas nas varas criminais. Mas com muita frequência me perguntava o porquê daquela permanência ali, em tantos casos em que era evidente a possibilidade de cumprimento da pena em outro regime. E, inegavelmente, aquela prisão tinha cor: eram majoritariamente mãe negras com filhos negros.
Penso nos bebês que, nas primeiras horas de vida, lutam pela subsistência, e choram porque têm fome, dor, frio ou calor. E de como uma mulher precisa se desdobrar para lhe dar a atenção e os cuidados de que precisa, num ambiente tranquilo para que possa amamentar e descansar nos momentos possíveis. E penso em Jéssica e Henrico que, além disso tudo, têm que brigar por seu direito de serem livres.
Será que a Justiça não consegue ouvir esse choro, esse clamor?
Como diz o samba da Tuiutí:
"Irmão de olho claro ou da Guiné
Qual será o valor? Pobre artigo de mercado
Senhor eu não tenho a sua fé, e nem tenho a sua cor
Tenho sangue avermelhado
O mesmo que escorre da ferida
Mostra que a vida se lamenta por nós dois
Mas falta em seu peito um coração
Ao me dar escravidão e um prato de feijão com arroz"
Torço que Jéssica e Henrico vão logo para casa. Mas torço mais ainda por uma Justiça com mais coração, que não perpetue os nefastos efeitos da escravidão, que enxergue que a vida se lamenta por todos nós, porque cada prisão representa um fracasso na nossa História, um nó a mais na trança do chicote.
E quem apanha, no fim das contas, é toda a sociedade numa retroalimentação de violências que nunca cessa.
Cristiana Cordeiro é juíza de direito do TJ-RJ desde janeiro de 1998, integrante da Associação Juízes para a Democracia – AJD.
[1] Somente 1% dos juízes são negros.
[2] Lá na postagem, encontram-se pérolas tais como: "Não compare os escravos negros e os judeus com essa escória assassina e demoníaca. Tanto os escravos quanto os judeus apesar dos maus tratos que receberam, não saíram roubando e matando quando foram libertados". Ou "Pena de morte já. O povo paga pra sustentar vagabundo."
[5] No caso dos homens, se for o único cuidador.