14.4.11

ZARABATANA > Pela volta dos shows

14/04/2011 | N° 11029

ZARABATANA

Pela volta dos shows

Músicos farão protesto contra cancelamento de apresentações

http://anuncio.clicrbs.com.br/RealMedia/ads/Creatives/default/empty.gifO cancelamento dos shows no Zarabatana Café, no Centro de Cultura Henrique Ordovás Filho, em Caxias, deixou músicos inconformados. Um dos integrantes do Projeto CCOMA, Luciano Balen organiza um protesto para amanhã, às 16h, em frente ao Ordovás.

– Músicos precisam de espaço para tocar. É uma vergonha essa atitude e a explicação é lamentável.

A opinião de Balen é compartilhada por Jorge de Jesus, o DJ Mono. O artista acha estranha a decisão de alocar os shows maiores na Sala de Teatro e deixar os menores para o Zarabatana.

– Se há relatos de depredação do patrimônio, isso deve ser combatido pela prefeitura, mas o palco do Zarabatana é essencial para que os artistas possam mostrar seus trabalhos – enfatiza.

O secretário municipal da Cultura, Antonio Feldmann, afirma que a responsabilidade do cancelamento dos shows é dos proprietários do Zarabatana. Ele diz que em nenhum momento solicitou a mudança da programação:

– A lei não proíbe que shows sejam realizados, então, não sou eu quem vai proibir. Só acho que as apresentações que envolvem público maior podem ser readequadas em um espaço com mais estrutura.

Em resposta, a dona do Zarabatana, Luci Maitelli, afirma que recebeu na terça-feira, da diretoria do Ordovás, um documento que esclarecia as normas do centro cultural. Com base nele, cancelou os shows.

– Eles querem ajustar o público que frequenta o Zarabatana, mas não se sabe exatamente o que eles querem. Não posso controlar quem e quanta gente vem ao meu espaço – enfatiza.

O secretário diz receber relatos de uso de drogas e arruaça. Mas a presidente da associação do bairro Panazzolo, Leozita Dal Pont, há um ano no cargo, afirma que nunca recebeu reclamações de moradores a respeito de badernas:

– Moro aqui há 35 anos. É raro ouvir algum barulho vindo dali (Ordovás). Claro, há dias que vemos um movimento maior, mas nada de bagunça exagerada.

 

RODRIGO LOPES*

 

Às vésperas de completar 10 anos, o Centro de Cultura Ordovás detém o título de maior celeiro de manifestações artísticas de Caxias. Neste momento, é no mínimo fundamental agregar pensamentos e opiniões diversas às decisões administrativas. A opção de concentrar shows maiores (?) na Sala de Teatro, retirando essa alternativa de quem escolhe as mesas do Zarabatana e sem uma consulta prévia aos grandes responsáveis pelo sucesso e freqüência do lugar (público e músicos), mostra um discurso nem sempre afinado com o coletivo. Onde a democracia cultural reina, o microfone deve ser aberto. Se ocorrem problemas com drogas, depredação, garrafas pelo chão dos arredores, reclamações de vizinhos, ok. Também existem alternativas para mediar esses problemas sem que essas passem pela eliminação dos shows. Até porque se não houver um trabalho de conscientização e educação para com o patrimônio, os problemas continuarão.

O palco do Zarabatana é disputado por músicos iniciantes e consagrados. Não dispõe da melhor infraestrutura de espaço, luz, etc e tal. Mas é referência. “Todo mundo quer tocar lá”, disse o vocalista de um grupo que teve show cancelado. O Zaraba, o Zara, o Ordovás é extensão da casa e do trabalho de muita gente. Músicos concentram seu ofício lá, clientes são tratados pelo nome, alguns marcam conta em caderno, há cadeiras e mesas cativas. A nova determinação joga um balde de água fria em uma fórmula que teria muito a comemorar em outubro próximo.

 

*Editor da revista Almanaque

 

Petição online

Em forma de protesto, um petição pública foi criada. O abaixo-assinado Não ao Filtro está em http://www.peticaopublica.com.br/?pi=filtro.

 

http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,3273771,1217,16894,impressa.html

 

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